3 de dez. de 2010

Carta aos meus alunos

Pê... ssuaaaaaal!!! *aos berros*


Hoje a chamada gritada por aqui é um agradecimento.
Se 2010 foi um ano caótico pra mim, com muitas dificuldades, correrias, noites em claro e tudo de bizarro a que eu tive direito, vocês foram o lado bom disso.
Claro que não podemos esquecer as milhares de incomodações, as chamadas de atenção, os xixis e as centenas de bilhetes ( O aluno está apresentando comportamento inadequado blablabla matou o colega com uma folha de papel. Favor conversar com o aluno sobre atitudes. Teacher Debora. Ciente:______) mas isso foi parte do crescimento - de vocês e meu - considerando que eu não acho que ser professor seja apenas para ensinar a matéria, acho que além disso eu deixei algo pra vocês (do tipo: não seja um demo na escola ou você será professor de inglês e corintiano como eu).
Agradeço a cada um de vocês que dividiu o 2010 comigo. Foi um prazer quase sexual imenso ter conhecido cada um de vocês, as histórias, o riso, a caligrafia. Esse envolvimento foi essencial pro MEU aprendizado. Podem ter certeza que aprendi com cada um de vocês mais do que vocês aprenderam comigo, repetindo intermitentemente I-you-he-she-it ou... O que eu uso para marcar negação? No? Not?
Agradeço aos que me ajudaram com meus estágios. Foram essenciais numa etapa importante da minha vida.
Agradeço aos que se tornaram meus amigos íntimos, em vários momentos as conversas foram cruciais para me aliviar o peso da alma, a força de vocês me revigora.
Aos meus alunos do projeto, espero um dia encontrar vocês autografando seus livros. Me encho de orgulho cada vez que releio os trabalhos produzidos por vocês, vocês são geniais!


Pros pestes: é, parece que vocês não me enlouqueceram, apesar da insistência em tentar me pirar. Apesar de toda a incomodação que vocês tentaram me dar, sorry... eu sou mais teimosa e insistente que vocês ;)  Tentem com outro professor, talvez vocês consigam fazer a pessoa se desesperar.

Pros calminhos: ... é, acho que não são muitos. Obrigada por manterem a calma e não tentarem matar seus colegas mais alucinados.


A todos: hoje estou cansada, detonada, festa e festa de encerramento... trezentos amigos secretos, comilanças, risadas, funk, pagode e choradeira. Ainda tenho mais um evento hoje e só o que me passou pela cabeça o dia inteiro hoje foi: por que tão rápido? Certamente se eu ainda fosse aluna pensaria: ê!!!! Acabou essa merda!!! Mas como professora vejo que eu inverto o pensamento. Sei que foram noites em claro corrigindo coisas, preparando coisas e pensando o que poderiam pensar de mim os meus pupilos... mas agora que o ano letivo acabou tudo o que penso é: por que tão rápido?
Dizem que quando as coisas são boas, o tempo passa rápido. Talvez por isso eu não tenha sentido o ano voar entre meus livros, papéis, correções e agendas. 2010 pra mim foi ruim, péssimo, mas os meus alunos me renovaram a cada encontro e me mostraram o lado bom do ano: eles.

Meus alunos Coca Cola: amo vocês! Não sejam malas, tá?
Torço sempre pelo sucesso de vocês, independente do rumo que tomaremos.

Beijos da dramática chorona

Debby.

2 de dez. de 2010

Enlouquecendo de vez

Geeente, eu sei que meu blog tá morrendo de teia de aranhite aguda, mas eu ando tão sem tempo que eu ando meio que rezando que a insanidade mental se estabeleça duma vez no amendoim que eu nomeio cérebro.
Tô cheia de histórias pra contar, daquelas que só eu encaro, mas por agora fico só deixando meu oi e dizendo: to ficando doooida de tanta falta de tempo.


Murphy poderia criar dias de 3546544687 horas pra eu dar conta de tudo e ainda ter tempo de ler, crochetar, fofocar, ver porn na internet  uns filmes de fundo cult e essas putarias coisas todas.


Beijos suicidas e saudades!

22 de jul. de 2010

Pérolas de pessoas legais =)

Minha mãe sofreu um avc em novembro do ano passado, isso não é novidade pra ninguém. O fato é que houveram sequelas, minha mãe tem a visão limitada, às vezes tem dificuldades de equilíbrio, mas é raro e, mais raro ainda, são as vezes que o corpo não responde a comandos cerebrais.  Convive bem com os problemas e leva uma vida normal, faz as coisas dela, só não pode querer abusar dos olhos que a cabeça dói.

Esses dias recebemos uma visita inesperada e a criatura diz assim pra mamãe:

- Eu não sei o que seria de mim sem poder ler. (Minha mãe era uma leitora compulsiva antes do avc)

***SILÊNCIO ALTAMENTE CONSTRANGEDOR***

Olhei para a ostra com a minha melhor cara de deboche e penso: uma boa sugestão seria dares o teu cu pra distrair, o olho do cu ainda funcionaria, apesar do avc ;)

Obviamente não pude falar nada disso. Que merda!

Quando as pessoas não tem o que falar de bom, elas deveriam calar a boquinha.

1 de jul. de 2010

O caderno da discórdia.


Ganhei uma capa para caderno em EVA, comigo ilustrada, feito por uma aluna.

Mas como nenhuma alegria pode ser completa, sempre tem a babaca:

- Que capa linda, tu que fizeste?
- Não, uma aluna me deu. Uma graça né?
- Um amor mesmo, adorei a bonequinha.
- É, a aluna disse que a bonequinha sou eu, por isso o cabelinho assim e tal.
- Ah, mas ela tá muito simpátiquinha, podes ficar te achando agora, ela te vê mais magra, viste só?

Não vou reproduzir o resto da conversa porque posso ser indiciada por assassinato COM intenção de matar.


Só pra relembrar e pra que fique claro, vou escrever em negrito e CAPS porque isso é uma gritaria bárbara sobre um assunto que eu tô de saco cheio de falar sobre:


EU TÔ POUCO ME FODENDO PRA MINHA FORMA FÍSICA, ENTÃO NÃO ME HOSTILIZA OU ME INCOMODA POR EU SER GORDA PORQUE EU NÃO VOU ME OCUPAR EM PENSAR SOBRE O QUE VAI SER DITO.
SE EU TE INCOMODO POR SER OBESA MÓRBIDA, GUARDA TEU INCÔMODO PRA TI. 
NINGUÉM PAGA O QUE COMO, SE COMO A MAIS OU NÃO. NINGUÉM BANCA O QUE VISTO, SE SAI MAIS CARO OU NÃO POR EU VESTIR NÚMERO 80 E NINGUÉM TEM NADA A VER SE O MEU CORAÇÃO VAI EXPLODIR PORQUE EU PESO 250 QUILOS.
EXISTEM DIFERENÇAS E ESSAS DEVEM SER RESPEITADAS. EU ATURO OS CHATOS, OS DEPRESSIVOS, OS INVASIVOS, OS IMPERTINENTES E TODOS OS DEMAIS QUE ME INCOMODAM SEM VER ISSO COMO SENDO DEFEITOS DELES, SÃO DIFERENÇAS QUE MERECEM RESPEITO. AGORA EU VOU TER QUE ATURAR HOSTILIDADE POR SER GORDA ATÉ QUANDO?
NÃO SOU MAGRA, NÃO SOU LOIRA, NÃO SOU EDUCADA E NÃO SOU SIMPÁTICA. OU APRENDE A CONVIVER OU CALA A BOCA E NÃO ME ENCHE O SACO, PORQUE EU JÁ CANSEI DE MANDAR GENTE IR SE FODER PORQUE ESTAVAM ME HOSTILIZANDO.
A VIDA É MINHA, SACOU? NÃO TORRA O SACO! EU NÃO PERGUNTO PRAS PESSOAS POR QUE É QUE ELAS FICAM TANTO TEMPO SEM SEXO A PONTO DE VIREM ME AZUCRINAR A VIDA, POR QUE MOTIVO ELAS VEM ME IMPORTUNAR?
NÃO GOSTO DE PERGUNTAR PROS OUTROS O MOTIVO DE ELES SEREM CHATOS ENTÃO, QUE DIFERENÇA FAZ SABEREM SE EU SOU GORDA POR GENÉTICA, POR PROBLEMA DE TIREÓIDE OU POR COMER MESMO????
NÃO SOU MENOS QUE NINGUÉM, NÃO POSSO MENOS QUE NINGUÉM E NEM TENHO LIMITAÇÕES POR CAUSA DO MEU FÍSICO. O DIA QUE EU TIVER, O PROBLEMA É DE QUEM MESMO??? M-E-U = MEU MEU MEU! 
ENTÃO, FAVOR IR FODER UM POUQUINHO QUE O PROBLEMA DE VOCÊS É FALTA DE SEXO E DE SE OCUPAR. VEJAM SE VÃO DAR O CU PRA SE PREOCUPAREM COM A DOR DO PÓS-OPERATÓRIO AO INVÉS DE SE PREOCUPAREM COM A MINHA GORDURA. 










E pra minha aluna: eu adorei a capa do meu caderno! Muito lindo teu trabalho e tua boa intenção comigo ^^

 

24 de jun. de 2010

No cinema com os alunos

 Chego ao cinema com duas turmas da escola em que trabalho, no cinema havia outra escola na mesma sessão.
Vem a babaca:

- Debby! O que estás fazendo aqui?
- Vim comprar uma tanga comestível e um pinto de plástico   Tô de dieta, vim aqui pra me pesar.
- Hahaha sempre fazendo uma gracinha, né Debby?
- Ah sim, eu sou sempre uma gracinha!

Depois se eu cometo um homicídio quem vai presa sou EU!

17 de jun. de 2010

Homens, se tê-los...

Percebo que Murphy anda me mandando companhias estranhas.
Isso inclui coisas disformes que tentam me dar um beijo na boca em pleno CC (beijou no CC é casamento, faz de conta que acredito e pula fora).
Ah, tem outros mais, né?
uhuul \o/ oo/ \oc> \\oo//
Pelo menos de larva de vulcão me livrei.


É nessas horas que penso no meu namorado lindo e penso "como sou feliz".


Piadas internas, tudo porque não posso citar nomes aqui.

28 de abr. de 2010

My story about teaching (special to Naomi)

     Ok, let's say what there is to say about teaching in my life.
     I'm an English teacher (also prepared to teach Portuguese and Literature, Elementary school, too).
     But how did I come to be an English teacher?

     Since I was kid, my parents used to read to me before sleeping, every single night. I remember up to now the images in my Andersen's tales that Mom used to read. My father was a comic books fan, so he used to read a lot of Disney's, Marvel's and, best of all... Turma da Mônica, by Maurício de Souza. I fell in love with Literature since then, Andersen, Monteiro Lobato, Lewis Carrol, etc were my super heroes.
     When I was 4 my father taught me the alphabet and I started trying to read one of Mauricio de Souza HQ's and until the Sunday I could read the very first speech baloon entirely I didn't stop being so stubborn on reading. I was 5 by then, my classmates couldn't read yet, I was the teachers terror.
     As soon as I started reading well, I started teaching my dolls in my blackboard. The Alphabet, the numbers, some words (they didn't know how to read yet, I needed to go calmly, didn't I?). Since I was a kid I wanted to be a teacher, but I didn't even know by that time that there were lots of subjects to be taught! So what? I wanted it and I wanted immediately!
     As I grew, I became a compulsive reader. I can't stand a day without reading, it is a disease that I got from my parents. I read everything my hands could touch. When I was 11 I had two meetings that determined my future in my "teaching dream": Leonardo DiCaprio in Romeo plus Juliet and Stephen King in The Shinning.
     My mother took me to the cinema to have my first visual contact with Shakespeare, because I had already read him then. It was the modern version of the tragedy, and I met Leo... he was the love of my life and I was going to marry him... crazyness... childish crazyness. I discovered an adress to which I could send letters, so I decided to write to him. But how could I? I realized he was not Brazilian, probably he couldn't speak my language! It was my obligation to know his language to say him how much I loved him! And... what if he appears in my house? What would I say! Oh panic!
     In the same year my father lent me a book he read more than 10 times... he challenged me! He said that I was not brave enough to read that book because it was too scary. I accepted the challenge... It was The Shinning, by Stephen King. I had no idea what was it about... I just accepted the challenge. I remember the cover, the colors of the letters, the fear I had to read that. I started that book more than twice because it was so scary for me that I had nightmares, cryed, etc etc etc. I was only 11! When I finally finished reading The Shinning, after almost a year afraid, I felt brave, I wanted more, it was so good that I couldn't have just one. I decided to research about Stephen King because I wanted to read him in his original language... and so he was North American, he spoke English. At that time it was more than an obligation, it was a life goal.
     I don't come from a rich family, I had no money to pay an English course. So I thought: I have a brain, a dictionary and English is all around. Let's try it alone, by myself. And so did I.
     When I was 14 I started High School in a program that prepares people to be teachers in elementary. I took it seriously and started working as a volunteer in poor schools teaching when some of the teachers were absent, I was a 14-year-old so proud of myself! By that time my English was improving so much that my diary was writen in English so my brothers couldn't read it. Nowadays I laugh at myself reading the mistakes I had (my English today is much better, but it isn't perfect yet).
     In 2004 (I was 17) I finished High School and was ready to teach kids. My English was each day better, Leonardo wasn't going to visit me anymore because I didn't want to marry him... and all the material collected about him was somewhere I couldn't remember. My readings kept the same and Stephen King was a constant in my life.
      The problem about working was: No vacancy, no chance. During a looooooooong period in my life I  worked as a baby sitter, as a secretary, as a receptionist. From 2005 to 2009 I was never unemployed, but it was not what I really wanted, it made me sad, but I never gave up. It was my dream, my goal.
      In 2006 I passed the "vestibular" (an examination for university entrancy) and started my graduation in Portuguese/English. As soon as I started, I started teaching English as a volunteer in a prep course for Vestibular that was offered to lower condition people. I was teaching English for the first time and I felt as I could change the world because I could teach English. 
     The English teachers at the university used to minimize me because none of them could believe on someone who learned English by herself. In their opinions (based more in theories than in practice) I couldn't have learned English by myself, it was impossible. I proved them I did, I had the best marks in all English subjects! I was known for being a King maniac and for my disposition to teach English when the main English teacher used to discourage us because we were first-year-students and we couldn't teach yet. No diploma, no classroom. 
     In 2007 I read my first Stephen King's book in English, my favorite one: The Green Mile. I cried a lot! Because of the story? Maybe... but I cried more because I made it! I wanted to read Stephen King in another language, and I did it... it was so incredible to me! I felt like I was a queen, but also like I was responsible to know how to manage this new knowledge. I needed to share it. 
     Finally, this year is my last year at the University because I postponed my graduation in order to be promoted in my last job ( I was a receptionist in an English School). The promotion didn't happen, I was fired and didn't graduate. Buuuut... my soul grew a lot the last year. 9 months unemployed, I got depressed, felt useless and used to spend my day sleeping not to see the day passing by. I was not volunteering and had nothing to make me busy.  Day by day I started recovering, I learned to crochet the year before and used it as a therapy... made lots of amigurumis as a way to make my day happier, read more than ever, helped my family and learned how I was useful... I was just unemployed, it was not the end of my life.
     I started sending CV's everywhere they could need someone able to speak English. Nobody called me. I had trainning programs in English schools, spent a lot of my parents' money and none of them hired me. When I thought nothing was going to change, someone I met when I was a teenager called me asking me to go to her job urgently, but she didn't tell me what it was about. It was a job for me! As an English teacher! A day later I was in the classroom teaching. I arrived home feeling prettier. As if it wasn't enough, a day after my first class, I received a call from a school that is almost in front of my job (so proud to say that). I had an interview two hours later and was hired in another job!  So I was an ENGLISH teacher from kinder garden up to 8th grade plus the English course! Detail: Those are the only two places I didn't send my CV... only by God!

     So, what I can say about my teaching story is: I already have taught people who went abroad ( I never did), I already taught native English speakers how to survive in Portuguese, I already taught kids to read and write and adults how to communicate better in other languages, I already taught crochet, how to use computers and everything I learned... The key is: FOLLOW YOUR PASSIONS AND GIVE WHAT YOU HAVE WITH HAPPINESS. It makes you beautiful, it makes you happy and it makes your soul lighter and shiny. 
     My Mauricio de Sousa passion made me read. My Stephen King passion made me speak English. My will to share made me teacher. I owe a lot to these people and their works. My way to pay all I owe is giving it to someone else.  If a person doesn't take a passion seriously... there will never be a life goal.

 Crazyness? Maybe yes...



Specially to Naomi: never think I got close from you because of your father. I got close from you because of your life story, the great soul you have and the advices you are always sharing. 

26 de abr. de 2010

CUma?

Minha mãe, bem bonita que é foi ao meu trabalho me levar aqueeele remedinho pra cólicas (Não, Atroveran, não vou fazer teu marketing, tá?).
Uma das minhas colegas de trabalho foi me alcançar o tal remedinho e começa a pérola da ostrinha:

- Foi essa a tua mãe que sofreu uma isquemia cerebral?
- É, acho que sim, ainda não conheci minhas outras mães...

BAZZINGA!

26 de fev. de 2010

Enfim empregada!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

     Pois então! Me empreguei!
     Depois de estar desempregada desde junho do ano passado a coisa andou. Mandei curriculum pelo correio, pessoalmente, pela internet, pela mesa do centro espírita e via pai-de-santo. Fiz toda a via-crucis que um desempregado tem que fazer pelos pecados que não cometeu.
     Rolou de tudo... de emprego me oferecendo salários baixos sem vale transporte (Debby Teresa de Calcutá pagando pra trabalhar? Nãnãnã), a entrevistas de emprego de 3h30min de duração que me indicavam que seria interessante que eu fosse para uma terapia. Passei por processos surreais de recrutamento com meses de treinamento e mil avaliações que não deram em nada, empregos pelos quais passei por, no mínimo, duas entrevistas (vai trabalhar na área de língua estrangeira pra saber). Nenhum deu em absolutamente nada.
     Daí um lindo dia eu dormindo de me acabar, quase meio-dia, me liga uma escola marcando entrevista comigo. Detalhe: nunca mandei curriculum pra lá. Entrevista em português, chefia feminina (yay!) e um papo que era mais uma contratação do que uma entrevista, eu estava desconfiadíssima... quando a esmola é demais o santo desconfia. E falando em esmola eu caí pra trás quando eu soube do valor da hora/aula, mais alto que os demais locais por onde andei sendo entrevistada. Aceitei o trabalho, óbvio! Precisava trabalhar, precisava me ocupar! Saí de lá dando saltos mortais carpados da Daiane dos Santos de alegria.
     Dois dias depois meu telefone toca no meio dos meus roncos de novo: outra escola. Segura o cu na bunda: ESCOLA DE ENSINO REGULAR! Morri, me atirei no chão, babei e convulsionei em sinal de histeria aguda progressiva. Naquele mesmo dia, daí a 3 horas eu tinha uma entrevista com a diretora da escola. Fui, outra entrevista-que-mais-parece-contratação e tudo certo pra reunião pedagógica daí a dois dias. (Não mandei CV nesse lugar também, morre)
     PáraOMundoQueEuNãoTôEntendendoNada!
     Cuméquiémermão? Tô com dois empregos ótemos sem ter mandado CV pra nenhum dos dois lugares?
     Pois estou. Numa escola de idiomas e numa escola de ensino regular... vou dar aula de jardim à oitava série e pra turmas adulto no curso de inglês. Mole? Pode ser que sim, pode ser que não. O que importa é que estou felicíssima... terminada minha primeira semana de trabalho, planos por fazer pra semana (sim eu tenho caderninho de planos porque eu sou chata, tá?) e eu ainda não caí em mim. Estou radiante. O dinheiro não vai ser lá essas coisas, mas a satisfação profissional vai compensar. Estou muuuuito feliz e mal consigo caber em mim por enfim ter chego à sala de aula (queria agradecer à minha mãe, pai, cachorro, gata e o chapolim colorado por esse Oscar tão esperado...)
     Resta saber até quando =p~





2 de jan. de 2010

Mães putas, filhos infelizes

     Com 19 anos, era casada e passava dificuldades com o marido que dizia amar loucamente. Ela morena, ricos olhos pretos de jabuticaba, passado bem sujo. Ele mais velho, negro, feio e fedido.

     Apesar de toda dificuldade financeira e das brigas pela falta de higiene do marido, aceitou bem a gravidez e jamais pensou em separar-se. Afinal, ela era uma menina de 19 anos! E ele era o amor dela, tinha feito com que ela largasse as drogas e o cigarro e blablablabla/açúcar.

     Pai feliz, jamais pensou que poderia gerar uma vida por desconfiar ser estéril. Milagres são pra isso, e aquele era um tempo em que ele estava recebendo pessoas religiosas na casa dele. Casa  essa mobiliada quase que por inteira à base de doações. A cama mesmo foi um sofá cama doado pela vizinha que era muito amiga da mulher.

     Nascido o bebê. Uma criança linda. Cabelos louros enrolados como de anjo, olhos azuis como duas pedrinhas e a pele branca de leite. Pai muito feliz só sabia dizer: meu filho é lindo e é a cara do pai! As visitas, nada à vontade só sabiam concordar com o fato de a criança ser idêntica ao pai.

     Realmente, a cara do pai...

     O tempo foi passando, a menina fazia uns leites estranhos com maizena e o diabo a quatro, a pobre criança chorava pra beber aquilo que compensava a vontade que a mãe tinha de não amamentar. E o bebê cada vez mais a cara do pai ("olha, o formato do rosto é igual o meu!" dizia o pai feliz). É,o branco dos olhos era igual ao do homem que registrou.

     A mãe tentou aumentar a renda da família de todo jeito: doces, decorações, limpezas e tudo o que lhe ocorreu. Pedia ajuda pra vizinha sempre, um quilo de arroz pra família, meio pacote de açúcar pra tentar vender doce, um isopor pra festa da irmã. A vizinha era prestativa. Além dos mantimentos cuidava do bebê da pobre mãezinha pra que ela tentasse se empregar.

     Foi quando deu-se a reviravolta: visitas estranhas, caminhão de mudança e o sumiço da vizinha.

     O homem enlouqueceu... começou a ouvir músicas tristes no volume máximo e a chorar gritando.  Refez o teste de fertilidade. Estéril.

     A história vazou pela boca dele. A santa da mãezinha havia traído ele com o irmão do ex-noivo. Na cama deles. A criança era mesmo a cara do pai. Do pai biológico, o clone perfeito.

     Então foi o caos: processos judiciais, ódio eterno e desejo de vingança. Pelo menos o homem progrediu na vida depois que a mãezinha fugiu com o irmão do pai da criança pra outra cidade. Se empregou, mobiliou a casa que havia sido esvaziada pela ex e foi estudar.

     Se odiaram eternamente e cada um viveu sua vida. Coisas que nem se podem saber.

     Anos depois o homem some. Dizem que se mudou. Vai saber.

     Ele reaparece. Com a mãezinha. E a criança. Ela, muito dama, nem olha para as pessoas a quem sempre pediu ajuda. Ele, muito senhor de si faz de conta que não conhece as pessoas a quem contou coisas absurdas sobre a mulher. A criança não conhece ninguém, foi embora sendo ainda de colo.

     Hoje em dia, a criança é mais linda do que quando nasceu. Mas tem uma vidinha ingrata. Se ri a mãezinha começa a gritar como uma vaca surtada. Horário de almoço já é conhecido por toda a vizinhança porque é quando ela mais grita com a pobre criança.

     Por não ter se precavido, hoje em dia desconta toda a raiva que tem sobre a criancinha. Trabalha num local insatisfatório, é casada com o homem que um dia ela traiu e negou.... nunca foi feliz na vida e joga tudo isso sobre uma criaturinha que ainda não sabe nada sobre a vida.

     Putas não podem ser mães. Definitivamente.