Enfim, o estímulo que faltava... (estímulo leia-se susto)
Hoje passei por uma situação e tanto: vi uma balança! E, como qualquer réles mortal, me encarapitei nela na curiosidade. Sabe como é, tempos sem subir numa, a curiosidade me acomete sincertamente. E como a curiosidade matou o gato eu, apesar de gata (nem tão gata assim) escaldada, não morri porque alguém lá em cima não deve simpatisar comigo e não me quer por lá...
Vamos aos fatos: sou uma criatura, como dizem os adoradores de eufemismos, “gordinha”. O que não chega a ser mentira, mas passa a ser ao se considerar que eu passei do ponto de “gordinha” há muito tempo, por uma infelicidade genética, alimentar ou sabe Deus que infelicidade é esta, eu sou OBESA. Esta é que é a verdade... nua e crua. (realmente crua, porque agora, nada de gorduras, baby...) Não, nua não... obesas nuas não são grandes atrativos.
Bom, a subida na balança foi um ato heróico e a descoberta foi digna de mártir... (caraca, como eu consigo debochar de coisa tão séria?) bom, os números passearam loucamente... a casinha do 10 e do 20 eu nem vi passar, a do 30 passou com a velocidade da luz, mal se via a pobre... a do 40 e do 50 voaram e a do 60 e 70 não ficaram por baixo. Coisa habitual. Só começou a se tornar crítico, realmente crítico, quando a casinha do 80 vinha chegando porque neste momento se inicia a torcida incessante: pára pára pára! Foi triste, mas passou a do 80, quando a do 90 virou a dos 3 dígitos eu estava a bem dizer à beira de um infarto... quando a balança enfim se equilibrou, eu já tinha medo de olhar... 105 Kg... cento e cinco kg!!!! CENTO E CINCO QUILOGRAMAS!!!!!!!
Sim, 105 porque, pra mim, 104.300 é 105, tá? Esconder o quê? Um quilinho a mais, um a menos, quando se alcançam os malditos, odiados e indesejáveis 3 dígitos (pesadelo de qualquer gorda, gordinha e gordona que ainda está nas lindas e maravilhosas 2 casinhas) não faz diferença nenhuma se é 101 ou 102... claro que em se tratando de um 99.900, arredondar para 100 faz toda a diferença!
Me estragou o dia essa escalada à balança. Passei o dia com o bendito 105 batendo na cabeça. O bom é que cada vez que eu pensava no valor eu me acordava e perdia a fome. Não podia ser! Não era comigo que uma coisa dessas estava acontecendo! ...Isso era o que eu pensava... mas SIM, era comigo e era assim mesmo.
Fugi do serviço mais cedo, minha pressão passou o dia oscilando, não sei se pela fome, ou se pelo nervosismo de saber que eu estava mal, bem mal. A sorte foi chegar em casa e ter uma família agitada pra me acolher, o que me distraiu bastante e fez eu esquecer um pouco da desgraça que foi a idéiazinha idiota de subir numa balança no horário da manhã. Pena que a hora da janta lembrou que comida ENGORDA, aumentando os meus 105 pra sabe-se lá quanto... jantei, pois tinha passado o dia sem comer, mas comi que nem passarinho. (porque agora, pra mim, até alpiste engorda!)
Antes de dormir, eu estava trocando de roupa no quarto e fiz uma coisa que acabei percebendo que há tempos eu andava evitando: me olhar no espelho. Essa foi a parte mais deprimente de todo o horror que eu vivi no dia de hoje. Aí sim eu me toquei. Me toquei no sentido de me dar conta de como andam as coisas pra mim fisicamente. Porque eu descobri que tenho nojo de mim. Estou com nojo de mim, pra ser mais sincera. Observei milimetradamente cada pedacinho do meu corpo... rosto, braço, ombro, tudo... tintin por tintin. Decadência total, acho que nem com sessão sobre sessão de lipoaspiração eu resolvo o problema.
Mas antes que eu tenha outras alternativas mais dispendiosas financeiramente, eu vou pelas alternativas mais “undergrounds” que eu tenho ao meu alcance: fechar a boca e procurar me movimentar. A sorte é que o apoio da família e do namorado foram imediatos... dependendo da média de peso perdido, é a qualidade do presente do namorado ao fim do primeiro mês de “dieta”! O pior é o pessoal ao redor dando pitaco em coisas que eu sei bem, do tipo: como fazer uma dieta, que tipo de atitude deve ser tomada, etc. Isso parece que me piora, me deixa além de gorda, com cara de burra. E me relembra toda a trabalheira que eu tenho pela frente rumo à perda de peso. Quanta infelicidade junto!
Hoje me deito me sentindo frustrada e fracassada...
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